domingo, 31 de outubro de 2010

Belonging


hoje o João Paulo Seara Cardoso deixou definitivamente de "andar por aí", não que eu tenha assistido, realmente só vou a este tipo de cerimónias quando de todo não o consigo evitar. Optei por o homenagear no seu mundo, o do teatro, não o de marionetas, que estavam todos decerto em Cedofeita, escolhi uma peça que passou 3 dias pelo TeCA (é mesmo o Carlos Alberto) no Porto, onde se estreou antes da digressão pelo resto do país e por terras inglesas. Uma boa surpresa que o Teatro de Montemuro (que afinal parece chamar-se Teatro Regional da Serra do Montemuro) juntamente com os britânicos Foursight Theatre nos proporcionou. Uma temática adulta numa linguagem cénica que nos faz lembrar os contos infantis, a peça desenrola-se simultâneamente em inglês e português numa conjugação magistral para a percepção completa de quem perceba uma destas linguas. Gostamos particularmente da construção cénica, da plasticidade dos actores e do desenho de luz resultando em cerca de 75 minutos em que nos sentimos presos à cadeira.
Do que não gostamos ? DE como é habitual NÂO SE PODER CAPTAR FOTOGRAFIAS, e tanto nos apeteceu dar ao gatilho dados os muito bons motivos...
Nota : não houve qualquer referência ao João paulo mas ele estava no pensamento de alguns, decerto ... e lembrem-se realmente os avisos nos maços de cigarro têm fundamento

José Luís Peixoto

@ Laurindo Almeida - 2010 Out 30
Hoje na livraria Leitura tive o prazer de participar numa das apresentações no Porto do último romance de José Luís Peixoto, que se chama simplesmente "Livro". Foi uma descoberta interessante deste jovem autor que apesar dum curriculum invejável na literatura portuguesa, cultiva o gosto de cativar os seus leitores. Palavra fácil e despretensiosa que mesmo quando autografa tenta conhecer e dialogar com cada uma das pessoas que lhe estende o livro sem se intimida com a longa fila que se vai formando. Este livro fala-nos um pouco dos emigrantes, dos "avec", de Paris, do alentejo e dos portugueses. Este homem que não esquece 1974 sem nunca o ter vivido, já que este foi o ano em que nasceu, retrata Abril com o nascimento duma criança ...
Confesso que fui ver a apresentação por curiosidade para com um autor que nunca tinha lido, mas que tinha sido escolhido para escrever os textos com que a Cin na edição de 2010 do re-make (http://www.youtube.com/watch?v=8XdiqtepeFk), propos a 8 escolas de artes portuguesas a criação de murais que cobriram alguns espaços em Lisboa. Como a ESAD foi uma das escolas convidadas e esta desafiou os meus filhos - Miguel e Susana, que com mais 3 colegas criaram assim um dos muros, a curiosidade pelo agraciado pelo prémio Saramago cresceu dentro de mim até hoje o ter conhecido e ouvido tentar com a expressão "dedo no cú" retirada do seu Livro surpreender a assistência, em vão já que os portuenses, de calão e palavrão fácil não se deixam impressionar por tão pouco. O Livro promete, estou ansioso por lhe por o olho em cima ...